Morro Seco - Patrimônio Cultural

Mutirão

São conhecidos dois tipos de mutirão: um que implica na necessidade de remunerar os participantes e outro sem remuneração. Em nossa comunidade, atuamos com aquele em que não há necessidade pagamento, pois entendemos que mutirão é um trabalho voluntário: um conjunto de pessoas que trabalham para o bem comum e acontece quando a comunidade visa ações em seu benefício, enfatizando que a presença da mulher é sempre destacada. Vale lembrar que os mutirões foram estimulados e passaram a ser mais freqüentes a partir da criação da associação da comunidade.

Fandango

É uma dança característica da cultura afro-brasileira, com a participação de homens, mulheres e crianças. Músicas típicas são cantadas com o acompanhamento de rabeca, violão e viola. Acontece principalmente quando há mutirão ou quando é determinada uma ocasião, festas e outras comemorações. Quanto ao início dessa manifestação, não podemos fazer memória.

Festas comemorativas de santos

Celebrada com toda a comunidade e com participação de outras, para lembrar do dia do santo padroeiro ou outro santo que a comunidade venera, como Nossa Senhora. O início da mesma veio com os nossos ancestrais, que como característica particular do povo afro-brasileiro, passou-se de pai para filho.

Folia de Reis

É uma manifestação da comunidade em comemoração ao nascimento de Jesus, “dirigida pelos Reis Magos” para lembrar da sua visita quando Jesus nasceu. Entoando uma melodia, são cantados 25 versos durante as noites que antecedem o Natal. É uma harmonia entre vozes do folião, tipe e baixo, acompanhada pela viola, violão, rabecas e triângulos. Em geral, é acompanhada por um numeroso grupo de pessoas, em profundo silêncio. Quanto ao início da sua existência, desconhecemos sua memória.

Romaria de Nossa Senhora

É a demonstração de uma vitória. É a alegria de ter conseguido da nossa mãe uma imensa proteção a nós cristãos. É um agradecimento de suas graças. Realizada no mês de maio, que é consagrado o mês de Maria, em procissão, reza-se o terço e canta-se em direção às casas das famílias a serem visitadas. A origem dessa atividade, de acordo com as memórias mais longevas dessa comunidade, foi por volta de 1958, com uma grande procissão.

Comidas típicas

São as comidas que os nossos antepassados usavam para sua própria sobrevivência, como arroz com frango caipira, farofa de carne seca, arroz com palmito, feijão com frango, farofa de carne seca com feijão, arroz com carne de porco, toucinho com feijão, café com caldo de cana, cará, tabacui, paçoca de cará com torresmo, bolo certo, beiju, coruja, cuscus, canjica, lingüiça caipira e caldo de betara e muitos outros. Ainda são feitas para o consumo da família ou por toda a comunidade em festas e outras ocasiões especiais.

Remédios caseiros

São meisinhas como chás, compressas, banhos, esfregações, massagens de folhas, frutos, resina, casca, polvilho e pós de ervas que são produzidos nos quintais ou mesmo retirados de plantas da mata nativa. Na comunidade o uso das ervas medicinais é freqüente quando há necessidade de um tratamento. É um ensinamento que se perpetua desde os nossos antepassados.

Socada de arroz

Também conhecida como piloada de arroz, que significa um pilão cheio de arroz com casca, produzido na comunidade, para ser beneficiado. Após o pilão estar com a quantidade de arroz de acordo com a necessidade, uma a três pessoas juntas aferem intercaladamente algumas macetadas em direção aos grãos, com um instrumento chamado de mão-de-pilão (haste de madeira com as pontas arredondadas espiraladas e mais volumosas que o seu meio) até que os grãos fiquem completamente descascados.