Cangume - Histórico
A história do Cangume vem de muito tempo, por volta dos anos de 1870, quando acabou a Guerra do Paraguai, o conflito que envolveu Brasil, Argentina e Uruguai contra o Paraguai. Entre os mais velhos da comunidade há várias histórias que explicam o nome da comunidade: uma delas fala de um negro escravo, João Cangume, que foi um dos primeiros negros que fugiram para Pinheiro Alto, que depois passou a ser chamado de Cangume.
Sobreviviam principalmente da roça de mandioca, milho, feijão e cana. Faziam “farinha de minjolo” (farinha de milho triturado no monjolo) e farinha de mandioca, que eram consumidas pelas famílias e vendidas em Itaoca. Com o caldo da cana faziam “café de garapa” (café coado com caldo de cana, que dispensa o uso de açúcar), rapadura, taiada (doce de garapa, farinha de mandioca e gengibre) e doces de frutas. Tinham pequenas criações familiares de galinha, porco e cabrito. Utilizavam os recursos naturais da região para a fabricação artesanal de utensílios: esteiras de taboa, panelas de barro, cestos, apás e peneiras de taquara de lixa. Trabalhavam em mutirão para a abertura de roças, construção de casas de pau-a-pique e para fazer a colheita.
Inicialmente de tradição católica, pouco tempo depois os moradores de Cangume se tornaram espíritas. Contam os mais velhos que em uma festa, vários dos presentes foram tomados por espíritos. Uma pessoa do município de Apiaí, presente na festa, doutrinou esses espíritos, normalizando a situação. Desde então todos se tornaram adeptos dessa religião.
Desde sua origem até os dias atuais, Cangume conseguiu manter preservados vários de seus costumes tradicionais.
A distância de Cangume com os municípios mais próximos não desanimou as autoridades municipal e estadual, que levaram até a comunidade, blocos de concreto para construção de casas de alvenaria e um salão comunitário.