Ivaporunduva - Patrimônio Cultural
Festa de São Sebastião
Realizada no dia 20 de janeiro, é organizada por um grupo de festeiros, formado por voluntários que se apresentaram no final da festa. Durante o ano planejam a festa e produzem o que for necessário para sua realização. A festa é iniciada com uma reza, na Igreja da comunidade, onde os mais velhos contam a história do santo, é rezada parte do terço e cantadas músicas religiosas. Em seguida é realizada uma procissão, que sai da Igreja e contorna a praça, carregando um andor e o mastro de São Sebastião, que é afixado na frente da capela. De volta à Igreja, é concluída a reza do terço e apresentado o grupo festeiro para o próximo ano. Em seguida os devotos fazem a “medida da fita” que deverá protegê-lo até o ano seguinte: cada um traz um pedaço de fita, cujo tamanho será medido na imagem. Se for usar no pescoço, deve ser medida da cabeça ao pé e se for utilizada no braço é medida na cintura da imagem. A festa é encerrada com um café oferecido pelos festeiros: mandioca, cuscuz, beiju, batata doce, pães caseiros de acordo com o que foi planejado pelos organizadores e com um baile que pode ir até as 8 horas da manhã onde é servido um outro café por volta das 24 horas.
Festas juninas
Realizadas nos dias de Santo Antonio, São João e São Pedro. Assim como na festa de São Sebastião, são organizadas por um grupo de festeiros. É feito um mutirão para coletar a madeira para a fogueira e enfeitar o galpão onde é feito o baile e servida a comida. A festa é iniciada na noite da véspera com a reza do terço e cânticos religiosos e é queimada a fogueira. É servido quentão, pipoca e outras comidas típicas da festa. Enquanto isso é realizado um baile. No dia do santo, à tarde, é feita a leitura de um trecho de um evangelho, os participantes comentam a leitura relacionando com a história do santo e é rezado o terço, com a participação da comunidade e convidados das comunidades vizinhas e da cidade. É feita uma procissão carregando o mastro, a bandeira e o andor com o santo. O mastro é carregado geralmente pelos homens. Em algumas ocasiões as mulheres se oferecem para fazer isso. Pessoas que pagam promessas ajudam em parte do percurso. Na frente da Igreja, é erguido o mastro, feita saudação ao santo e soltados fogos de artifício. A reza é concluída dentro da Igreja e os festeiros oferecem um café, que marca o encerramento da festa. De acordo com a iniciativa dos participantes pode ser realizado um forró no dia também. Merece destaque a Festa de São João, quando é feita a dança da quadrilha.
Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos
Padroeira da comunidade, sua festa é realizada no final de semana mais próximo do dia 12 de outubro. A sua organização mobiliza toda a comunidade sob a coordenação dos dirigentes da Igreja. Dividem-se em grupos para arrecadar prendas (alimentos, dinheiro ou brinquedos para as barracas), montar as barracas, assar as carnes, divulgar nas comunidades vizinhas e cidade, animadores da festa, etc. Alguns dias antes é feito um mutirão para preparação do local. A festa é iniciada à tarde com a missa afro. Os bancos da igreja são retirados para que todos possam participar mais ativamente dos cânticos e danças de origem africana. Na oferenda, são levadas até o altar por um grupo de pessoas com roupas de origem africana a terra, água e plantas, além de pratos com comidas tradicionais produzidas no quilombo, que serão abençoadas pelo celebrante e distribuídas para os participantes como um gesto de comunhão. Após a missa, começa o funcionamento das barracas de comida, bebidas e bingo. Depois das 23 horas começa o forró, que vai até de manhã, com ampla participação da comunidade e visitantes de diversos lugares.
Mutirões
Forma tradicional de organização do trabalho desde o início da comunidade, continua sendo realizados para abertura de roça, colheita, varação de canoa (levar a canoa desde o local de sua confecção na mata até o rio), barreação de casa (preenchimento com barro das paredes de pau-a-pique), entre outras atividades.