Bombas

Bombas
O acesso à comunidade de Bombas, uma trilha que corta morros cobertos de Mata Atlântica, fica no Km 6 da Rodovia Antonio Honório da Silva, mais conhecida como Estrada Iporanga/Apiaí, no município de Iporanga-SP. Dividida em dois núcleos, Bombas de Baixo fica a 5 km da Estrada e Bombas de Cima a 10 km.

Vivem em Bombas 21 famílias, em um total de 90 pessoas. Quase metade tem até 15 anos. Por volta de um décimo tem de 16 a 25 anos e apenas 1 pessoa mais de 60. Em especial o pequeno número de jovens mostra as dificuldades de sobrevivência na comunidade e a busca de alternativas nas cidades.

A grande maioria só estuda até a 4ª. Série do ensino fundamental, disponível na comunidade. Para continuar os estudos é preciso se deslocar o Bairro da Serra ou a área urbana de Iporanga, só viável se ficar em casa de conhecidos, já que não é possível se deslocar todos os dias. Por isso, apenas uma pequena parte terminou o ensino fundamental. As pessoas dão um grande valor à educação e aproveitam a escola existente na comunidade, tanto que só há analfabetos entre as pessoas com mais de 50 anos.

O posto de saúde da comunidade está desativado desde 1996 por falta de profissional. Um enfermeiro visita a comunidade 1 vez por mês. Médico aparece raramente. Não agendam a visita, por isso muitas pessoas ficam sem atendimento por não saber de sua presença.

O plantio nas roças e quintais é a principal fonte de subsistência das famílias. Nas roças são cultivados arroz, milho, feijão, mandioca, batata doce, cara de espinho, taiá (legume para ser consumido cozido, em sopa, etc.), inhame, amendoim, chuchu (na beira da roça, em bacias mais frias, com terra úmida, chamada de chuchuá). Ao redor das casas, nos quintais, produzem laranja, ata (fruta do conde), banana, mexerica, abacaxi, ameixa, limão, café, etc.

Essa produção é voltada principalmente para o consumo das próprias famílias. É muito pequena a venda de produtos da roça na comunidade. São mais comuns as trocas e os empréstimos, pagos em uma próxima safra. Algumas frutas, como a mexerica, são vendidas no comércio da cidade mais próxima, Iporanga, para viabilizar a compra de outros produtos necessários à manutenção das famílias.

Mais comum do que a venda e a troca de produtos da comunidade no comércio da cidade por ferramentas, calçados (principalmente botas de borracha), sal, açúcar, óleo diesel (para lamparina), óleo para cozinhar, etc. São criados galinhas, patos, porcos, cavalos, burros. Esses também são principalmente para consumo próprio, mas ocorrem trocas e vendas entre as famílias. Alguns jovens procuram trabalho na cidade e em fazendas próximas para aumentar a renda familiar. Apenas quatro pessoas recebem aposentadoria ou pensão do INSS.